Gestão do ciclo de vida das tecnologias clínicas


Em todas as áreas de atividade produtiva, há muitos anos que se estão a aperfeiçoar os sistemas para que os meios de produção possam dar o seu melhor contributo ao resultado das empresas. Esta lógica de analise e planeamento de equipamento e atividade tem acabado por chegar à prestação de serviços de saúde, adaptada às necessidades e características especiais do nosso sector.

Os investimentos em equipamentos, renovação tecnológica, custos operacionais, manutenção preventiva e corretiva e substituição de equipamentos são um ciclo de elementos interrelacionados que beneficiam de uma perspetiva de conjunto, tanto estratégica como operacional. Os benefícios potenciais duma estratégia global tem conseguido uma grande aceitação, mas a sua implementação bem-sucedida ainda apresenta desafios e dificuldades que devem ser definidos em cada contexto, para evitar decisões erradas na procura de melhores resultados que assim não serão atingidos.

Incorporar de forma eficaz e transformadora estes elementos no planeamento de uma organização requer três aspetos fundamentais: estratégia, dados e participantes.
  • Uma estratégia adequada requer que a organização planeie os seus investimentos de forma integrada, do ponto de vista do ciclo de vida do equipamento e da sua contribuição para a prestação de serviços. Isto inclui dispor de procedimentos de apoio adequados a essa estratégia (financiamento, formação, perfis de função, procedimentos, sistemas de informação, entre outros).
  • O apoio a esta estratégia requer indicadores e, portanto, dados relevantes e fiáveis que permitam o acompanhamento em tempo real dos elementos dessa estratégia, facilitando a tomada de decisões.
  • Por último, a adoção dessa estratégia de gestão no dia a dia da organização requer agentes adequados para as diferentes funções, sejam elas prestadas internamente ou por terceiros. É preciso dispor de pessoal adequado, com competências e formação adequadas, e distribuição consistente de funções chave (internas e externas). Tudo isto com a finalidade de distribuir adequadamente responsabilidades, assegurando uma prestação eficiente e coordenada dessas responsabilidades.
 
Do ponto de vista da prestação de serviços de saúde, é muito importante conetar necessidades de cuidados, capacidade de investimento em equipamentos e instalações e renovação tecnológica. No domínio dos serviços de saúde, a inovação clínica e os requisitos de excelência pressionam a capacidade de investimento das organizações. Aplicar prioridades corretas e controlar os custos, são estratégias que trazem grande valor à estabilidade do hospital e à sua função social.

Por esta razão, surgiram diferentes iniciativas para desenvolver diferentes ferramentas e serviços relacionados com ter uma gestão eficiente do parque de equipamentos e tirar o melhor partido desse parque em termos de atividade clínica. O que é comum a todos os modelos é que a direção da organização deve incorporar essa perspetiva no seu planeamento estratégico.

A perspetiva da Iberdata e do grupo GEE é que uma estratégia global de gestão do ciclo de vida é útil, necessária e possível. Tudo isto sob certos requisitos estratégicos e operacionais nos hospitais.

Na nossa experiência, alguns elementos chave do ponto de vista da manutenção tornam-se mais relevantes do ponto de vista da estratégia global de gestão do ciclo de vida:
  • A manutenção da eletromedicina incorporada no dia a dia do hospital favorece a implementação de uma estratégia global de otimização do ciclo de vida dos equipamentos clínicos.
  • A manutenção preventiva é uma atividade que tem custos, mas que limita as descontinuidades de serviço relacionadas com o equipamento e reduz o custo global da manutenção.
  • A casuística da manutenção de eletromedicina pode fornecer informações muito relevantes para a gestão da renovação de equipamentos, tanto do parque atual como das decisões do hospital em termos de renovação tecnológica, quando cruzadas com a casuística clínica.
  • Os serviços integrados de manutenção apoiam a gestão do parque de equipamentos dentro do hospital e facilitam uma melhor identificação dos impactos cruzados das interrupções nas áreas clínicas por diferentes famílias de equipamentos.
Uma perspetiva integral
O seguinte esquema resume a nossa perspetiva sobre a gestão do ciclo de vida de equipamentos e tecnologias clínicas; um modelo baseado na prática e numa perspetiva global da qual fazemos parte, entre outros intervenientes e sob a coordenação da estratégia da administração dos hospitais. Reflete a forma como percebemos este ambiente de trabalho, como nos posicionamos como um parceiro estratégico e em que direção estamos a desenvolver os nossos serviços e ferramentas.



Esta perspetiva é independente de quais componentes são subcontratados ou não e do alcance que a intervenção dos agentes externos possa ter. Há duas tendências na situação atual, que supõem distribuição de funções internas / externas:
  • A maioria dos serviços de manutenção de eletromedicina são externos, tanto em hospitais públicos como privados.
  • A maioria dos equipamentos médicos nos hospitais é adquirida pela instituição, com uma certa percentagem de equipamentos cedidos contra consumo, e alguns outros em regime de aluguer.
As tendências podem mudar no futuro. O que é fundamental para o sucesso do hospital neste domínio é a governança desta estratégia de gestão do ciclo de vida das tecnologias de saúde pelo próprio hospital. Isto porque a boa gestão do seu ciclo de vida deve ser uma estratégia a longo prazo, definida a partir de quadros superiores, com instrumentos adequados e apoiada por decisões operacionais de acordo com as possibilidades daquela instituição.

Num ambiente deste tipo, os serviços integrados de manutenção da eletromedicina podem dar a sua melhor contribuição para o apoio à excelência na prestação de serviços de saúde.


 
   
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